A diversidade marca nossa individualidade e ao experienciarmos o diverso, nos tornamos humanos. Mas como viver o diverso sem nos apequenarmos no egoísmo de querer viver uma vida só nossa? Como nos integrarmos à coletividade humana se a diversidade é o que marca nossa individualidade? Buscamos nossa identidade no encontro com as pessoas que nos rodeiam, que apesar de serem únicas, assim como nós, espelham características nossas. O que enxergamos nos causa espanto e chegamos mesmo a negar a imagem nossa que reconhecemos no outro. Com esse comportamento nos desintegramos internamente e nos sentimos desconectados das pessoas ao nosso redor. Sentimo-nos sozinhos, incomodados com o outro e com nossa própria presença.
É o Cuidado quem vem ao nosso socorro. A diversidade dos seres humanos é integrada ao Todo pelo Cuidado. Ele transcende nossas diferenças e preenche de sentido o nossoViver. Cuidar de si mesmo, cuidar do outro e ser cuidado por ele, é antes de tudo relacionar-se. Toda relação tem por base o respeito e o respeito transforma-se em admiração quando cultivado no cuidado. Sob esse olhar, todos são valorizados em sua diversidade e colocados no mesmo patamar, numa horizontalidade de relações que permite o crescimento de cada um, do ponto em que está. Dessa forma, sermos quem somos, no único de cada um, deixa ser de algo que nos afasta e passa ser o que nos aproxima. Assim, nessa relação verdadeira nos complementamos.
O Cuidado nos mostra que sermos únicos é uma dádiva e isso traz riqueza para a vida de todos. A verdadeira riqueza se realiza ao ser doada. E no doar-se, ela se multiplica. A riqueza de um é, muitas vezes, a falta do outro. Através do cuidado, somos doadores e recebedores de dádivas. Nessa perspectiva, rico não é quem mais possui, mas quem mais doa. Com isso, reconhecemos no diferente, nossos verdadeiros benfeitores. No diverso da vida em sociedade nos complementamos individualmente.
Para vivermos com plenitude a diversidade, é necessário rompermos a barreira do medo da comparação. Quando eu aceito que o outro possa ser melhor que eu em algo, eu me liberto e então me abro para aprender a lição da vez. Quando eu temo a comparação, eu me fecho, me afasto, não aprendo e empobreço. A vida ganha peso e perde o sentido. Aceitar a diferença é libertador e somente na liberdade podemos Ser, Crescer e Transcender.
“Namasté! O diverso (Universo) que há em mim, saúda e honra o diverso (Universo) que faz de você quem você é.”